Foto: Guilherme Moreira - Divulgação | FCMS
Fragmentos, Matéria Derivado, Acidente Geográfico e obras do Acervo do Marco – Prêmio Mercantonio Vilaça, compõe a 4ª Temporada de Exposições do Marco (Museu de Arte Contemporânea de MS) 2016. As obras abordam diversos temas e há o convite para os visitantes a um olhar mais atento e apurado e ao mesmo tempo diverso daquilo que se vê. A abertura acontece no próximo dia 22/11 às 19h30.
Matéria Derivado de Guilherme Moreira nos remete a refletir sobre o próprio processo criativo quando se está, por exemplo, diante de uma folha de papel, onde alguma informação está contida, redigida, ou gravada. Seja um texto, um desenho ou um gráfico, olha-se diretamente para a informação, para os códigos descritos nas folhas de papel sem que de fato se atente para o objeto em mãos.
Matéria e Derivado surge da articulação visual entre a madeira e o papel. A exposição é pensada como uma grande instalação, ou um corpus de estruturas que transitam entre esculturas, objetos e fotografias, nas quais o imaginário particular de formas geométricas abstratas funciona como um ponto de partida para o espectador também imaginar, ver e experienciar, muito mais do que simplesmente interpretar.
Nas obras preocupa-se com a materialidade do papel e a linearidade da madeira, objetos tão coadjuvantes na História da Arte. Englobam o escopo da investigação poética de uma perspectiva inusitada da qualidade tridimensional da folha de papel e a possibilidade bidimensional e não-figurativa das linhas da madeira, numa tentativa de verticalizar e suspender no tempo e no espaço o que se tende a ver preso e absorto numa condição de passividade.
Em Fragmentos de Weimar Arruda, entre linhas e manchas constrói e reconstrói paisagens – observadas ou imaginadas – as quais se convida a refletir sobre a própria existência. Nessa série, a artista não busca apenas a síntese da paisagem, do espaço físico ou imaginário, mas a síntese do tempo, pois ao resgatar trabalhos, principalmente pinturas de seu início como artista plástica, Weimar retoma o tempo até então adormecido – memórias, das memórias.
Por conta da grande capacidade que a arte tem de se reconstruir e de se ressignificar, todo e qualquer trabalho artístico tem a potência de se tornar outro. A partir dessa reflexão sobre arte e vida, encontraram-se na reestruturação – formas regulares, quadrados – um meio de se contar uma nova história, na qual se se justapõem tempos e espaços distintos.
Já Acidente Geográfico do artista Luis Arnaldo Porto, faz uma redefinição do olhar sobre os desastres naturais. Ao se caminhar por uma paisagem de destroços vivencia-se um evento para além do cotidiano e que assim, a distância, em margem de segurança, se parece um sonho.
No léxico da Geografia, acidente geográfico é o termo utilizado para designar formas do relevo terrestre que podem ter origem natural (lagos, rios, serras, planícies, etc.) ou artificial (casas, cidades, pontes, etc.). Vê-se que o termo evoca, então, não tanto o sentido de algo ocasional, incidental, imprevisto, instantâneo.
No caso de acidentes cuja origem é artificial, o sentido posto em cena é justamente o contrário daquele que nos é mais familiar; valora-se o intencional, o proposital. Já, no caso de acidentes cuja origem é natural, se valida à medida do tempo geológico; acidente trata-se de uma forma resultante de um processo lento e gradativo de mudança duradoura. É esse o termo utilizado para nomear a série de desenhos que dão nome à exposição.
Serviço: A 4ª Temporada de Exposição 2016 estará aberta ao público de 22 de novembro a 22 de janeiro de 2017. O Museu funciona de terça a sexta das 07h30 às 17h30 e nos sábados, domingos e feriados das 14h às18h. A entrada é de graça.