O projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2015 e Prêmio Célio Adolfo de Incentivo à Dança 2016.
A concepção de um novo espetáculo de dança leva tempo e muita dedicação. São meses de estudo, preparação, desenvolvimento e testes de passos e movimentos, ensaios e mais ensaios, composição de trilha sonora, criação de figurino, entre outros. Para compartilhar o processo de criação do inédito espetáculo ‘Poracê’, a Cia Dançurbana realiza duas Mostras de Processos; a primeira na quarta-feira (12), às 10 horas, na Ginga Espaço de Dança e, a segunda, na quinta-feira (13), às 20 horas, na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), na capital. A entrada é gratuita.
O diretor e coreógrafo da companhia, Marcos Mattos, explica que a proposta das mostras é aproximar o público (interessados, artistas da dança, estudantes...) ao modo de trabalho da Cia Dançurbana, especialmente sobre este novo espetáculo. “Queremos mostrar como estamos construindo ‘Poracê’, levar os processos de trabalho para mais perto das pessoas. Cada espetáculo tem uma forma própria, um tema diferente, uma pesquisa e técnicas de danças específicas. Gostamos muito desta aproximação com o público”, diz.
O espetáculo começou a ser criado em 2016. Durante sete meses, os três coreógrafos Marcos Mattos, Renata Leoni e Franciella Cavalheri junto aos seis intérpretes-criadores Adailson Dagher, Ariane Nogueira, Lívia Lopes, Maura Menezes, Thiago Mendes e Rose Mendonça mergulharam na produção de ‘Poracê’.
No tupi-guarani ‘Poracê’ significa Dança. E é com as danças e seus processos de criação que este espetáculo se envolve. Com as danças de três criadores, cada um com formações e experiências diferentes, e que por meio de um processo de residência artística, desenvolveram uma temática inspirada na gênese da língua Nheengatu ou língua Brasílica, uma miscigenação de línguas, o tupi-guarani, português e espanhol, que se entrecruzaram para o surgimento de uma linguagem. Ou seja, assim como a Nheengatu foi criada com base em três línguas distintas, a linguagem de dança deste espetáculo foi construída por três profissionais com conhecimentos e bagagens desiguais.
A companhia debruçou-se sobre “uma ideia de dança de índios” (uma fabulação), algo que já estava no imaginário dos criadores. Marcos elucida que a parturição da língua pesquisada e a sua sonoridade, provocaram os coreógrafos e os intérpretes-criadores na incursão no universo indígena, traçando um paralelo com a criação dos movimentos das danças urbanas (tão influenciados pela sonoridade das letras (rap) e das batidas das músicas da cultura Hip Hop). “Pesquisamos a aproximação desses modos de compor dança, música e movimento, em diálogo com o contexto local”, completa. Em cena, danças urbanas, dança contemporânea e técnicas de improvisação serão vistas nos movimentos.
A ideia apresentada no projeto inicial de um espetáculo nem sempre se concretiza, pois o caminho percorrido pela pesquisa, no processo de criação, muitas vezes leva para outro lugar, não previsto inicialmente. “Lançar-se no desconhecido, é isso que torna a arte tão provocadora e inspiradora”, finaliza Marcos. São questões como esta que a Cia Dançurbana compartilhará com os participantes das Mostras.
O projeto está sendo realizado por meio do Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2015 e Prêmio Célio Adolfo de Incentivo à Dança 2016. As apresentações do espetáculo acontecem em maio.
Serviço: as Mostras de Processos do espetáculo ‘Poracê’, da Cia Dançurbana, acontecem na quarta-feira (12), às 10 horas, na Ginga Espaço de Dança, na rua Brigadeiro Tobias, 956, bairro Taquarussu. E na quinta-feira (13), às 20 horas, na UEMS, na avenida Dom Antônio Barbosa (MS-080), 4.155, em Campo Grande-MS. Nos dois dias a entrada é gratuita. Outras informações pelo telefone (67) 9 9238-2829, pela fanpage www.facebook.com/paginadancurbana/?fref=ts ou pelo site www.dancurbana.com.br.
Ficha técnica
Direção: Marcos Mattos
Coreografia: Marcos Mattos, Renata Leoni e Franciella Cavalheri
Intérpretes-criadores: Adailson Dagher, Ariane Nogueira, Lívia Lopes, Maura Menezes, Thiago Mendes e Rose Mendonça
Trilha sonora: Toninho Porto
Iluminação cênica: Cadu Modesto
Realização
Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2015
Prêmio Célio Adolfo de Incentivo à Dança 2016
Produção
Arado Cultural