O período mais seco do ano se aproxima trazendo preocupação para os produtores de todo o estado. Entre maio e outubro cresce a incidência de incêndios em Mato Grosso do Sul, gerando prejuízos ambientais, sociais e econômicos. Para alertar, conscientizar e orientar a população, a Associação Sul-Mato- Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS) e seus associados iniciam a ‘5 a Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios’.
Conforme informações do analista ambiental do PrevFogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Alexandre Pereira, mais de 90% dos incêndios florestais são provocados por ação humana, de origem proposital, acidental ou por negligência.
“Em MS a principal causa que leva aos incêndios florestais é o uso do fogo de forma inadequada, sem as recomendações técnicas necessárias para manter o fogo sob controle. No estado, o fogo é utilizado principalmente na atividade de pecuária com o objetivo de renovar a pastagem nativa. Outras atividades relacionadas ao campo também utilizam o fogo, como, por exemplo, a limpeza de restos de colheita, de exploração florestal, controle de pragas, entre outros. Não podemos esquecer que o uso do fogo é permitido por meio das queimas controladas, desde que autorizado pelo órgão estadual de meio ambiente”, diz Alexandre.
O presidente da Reflore/MS, Moacir Reis, ressalta que a campanha busca criar a cultura da prevenção junto a população: “Queremos mostrar que com pequenas atitudes podemos prevenir incêndios de diversas proporções e, em casos mais extremos, orientar sobre as medidas e ações de combate. Além de conscientizar, a campanha também almeja diminuir direta e indiretamente o número de focos de incêndio no estado; tornar MS referência na prevenção mundial; promover a união dos segmentos do campo e; desenvolver economicamente o estado com atrativos preventivos para as diferentes indústrias e empresas”.
Focos de incêndio
De acordo com o analista ambiental, os incêndios florestais são episódios que podem trazer diversos impactos ambientais, sociais e econômicos. Sobre os impactos ambientais, ele cita a perda da biodiversidade, degradação do solo, emissão de gases de efeito estufa, mudanças climáticas, entre outros. Já com relação aos impactos sociais, destaca problemas respiratórios, deslocamento de pessoas de áreas de risco, corte do fornecimento de energia e etc. Nos impactos econômicos realça o fechamento de rodovias e aeroportos, destruição de rebanhos e de plantios, inclusive de florestas plantadas.
Uma pesquisa realizada pela Reflore/MS, junto aos seus associados, revela que em 2016 as maiores ocorrências de incêndios florestais, nas terras das empresas associadas, aconteceram na região de Três Lagoas-MS (600 hectares atingidos), Santa Rita do Pardo-MS (269 hectares), Paranaíba-MS (128 hectares), Nova Andradina-MS (70 hectares), Selvíria-MS (67 hectares), entre outros.