Segundo a especialista em Psicopedagogia da Uniderp, o hábito de ler na infância pode contribuir, entre outros aspectos, para o desenvolvimento de competências importantes para a vida adulta e para o mercado de trabalho.
Campo Grande, abril de 2020 – O Dia da Educação é comemorado hoje (28 de abril) e, com certeza, a leitura é uma das primeiras palavras que nos vêm à mente quando pensamos nesta data. O mercado editorial, desde a impressão do primeiro livro no século XV por Gutermberg, vem se reinventando e criando alternativas para acompanhar a transformação digital, com a oferta no formato e-book, uso de novas plataformas de leitura, como Kindle e tablets, a possibilidade de contar com uma leitura personalizada e a curadoria nos clubes de assinatura. Neste período de isolamento social, com as famílias em casa por mais tempo, este hábito tem cumprido um papel fundamental para as crianças que estão longe do convívio escolar, como explica professora do curso de Pedagogia da Uniderp, Fabiane Lima.
“A leitura desempenha uma forte contribuição no desenvolvimento intelectual, pessoal e socioemocional das crianças. Além do conhecimento que adquirem na escola, a leitura quando incentivada dentro de casa, em horário alternativos e junto à família, apoia o aprendizado e o desenvolvimento de competências e habilidades muito importantes para a vida adulta e o mercado de trabalho, como criatividade, empatia, tolerância e senso crítico. Por isso, devemos tomar o período da quarentena como uma oportunidade para estabelecer trocas saudáveis no ambiente familiar, estimulando a leitura, hábito que propicia um encontro com o mundo, com o imaginário e conta com opções que satisfazem todos os gostos, idades e perfis”, afirma.
Fabiane destaca que os contos infantis têm um papel fundamental também na construção do sujeito-leitor. “Eles são primordiais para ensinar às crianças futuras experiências que elas encontrarão durante seu crescimento intelectual. Não há processo de aprendizagem sem leitura, principalmente quando pretendemos desenvolver as competências intelectuais. Quando trabalhamos com contos infantis na escola, a priori, eles cumprem um papel didático, como é o caso das fábulas, cuja moral permeia a narrativa e os contos infantis também fazem com que as crianças entendam o mundo adulto que eles irão vivenciar mais tarde”, complementa.
Novos formatos e experiências personalizadas têm desempenhado um papel importante no incentivo à leitura, como é o caso dos clubes de assinatura, serviços de entrega de livros de diferentes temáticas, que contam com curadoria de autores de renome, considerando idade, perfil e temáticas. Para se tornar cada vez mais atraente, alguns oferecem surpresas para as crianças em cada entrega e podem funcionar como um primeiro contato divertido entre os pequenos e as obras literárias.
A especialista em Psicopedagogia reforça ainda que, para pais que não são leitores assíduos, a tarefa de incentivar a leitura no público infantil pode ser mais difícil. “Sabemos que o período da quarentena mudou o comportamento social do mundo inteiro e exigiu uma nova reconfiguração do lar. No caso de pais que já são leitores, o processo de usar a leitura como passatempo pode acontecer de forma mais natural, pois no ambiente doméstico existe esta partilha e experiência de livros e revistas e a criança começa a enxergar a leitura como algo agradável e com significados diversos. Contudo, no caso de pais que não exercitam esta prática, o desafio é maior. De qualquer forma, é importante ressaltar que este é o momento perfeito para iniciar essa prática”, orienta a professora.