Terminou no sábado (13) uma das frentes do projeto Remi (Reconstrução de Memória e Identidade). Foram dois meses de muitas trocas, sendo que o segundo ciclo de oficinas aconteceu nas Moreninhas. Idealizado pelo Projeto Kzulo, a iniciativa atendeu cerca de 150 pessoas da aldeia urbana Marçal de Souza e das Moreninhas.
Foram ministradas no decorrer do projeto 7 oficinas: arte urbana, com o artista Victor Macaulin; fotografia, com a fotógrafa Thauanny Maíra; performance e corpo com a artista Flora Lira; arte terena em dança, trajes e grafismo com Bianca Francelino e arte terena Gráfica em tela de Bryant Soares (ambos artistas, indígenas, da Marçal de Souza); teatro imaginário e afetivo, com o ator Jefley Maurício; e musicalização pelo ritmo, com o músico Anderson Salgado.
E no último dia de oficina, os participantes botaram a mão na massa. Na de arte urbana, eles coloriram os muros da associação de moradores das Moreninhas. Personagens de filme, mandala, paisagem e um busto negro foi pintado no local. “Eu já faço filtro dos sonhos, então decidi pintar essa mandala, porque representa algo espiritual para mim. Antes da oficina eu tinha um conceito de arte, agora ele mudou: entendi que a arte é livre, que podemos nos expressar da forma que quisermos e que é lindo desenvolver algo para as pessoas apreciarem”, comenta a artesã Katia Alves Romano.
Em outra sala do espaço, algumas pessoas produziam peças com grafismo indígena. Uma das mais animadas era Socorro Matos, advogada e líder comunitária das Moreninhas. “Participei dessa oficina porque a luta indígena é muito parecida com a luta das pessoas negras, enfrentamos muito preconceito ainda. Aprendi muita coisa aqui, conheci mais da iconografia e história deles”, afirma ela que logo voltou à aula para terminar sua peça, pois mais tarde participaria da oficina de música.
Para um dos músicos do Projeto Kzulo, Julian Vargas, o Remi atingiu e até superou as expectativas. “O resultado está sendo ótimo, conseguimos atingir uma boa margem de alunos, que foram em grande parte crianças e jovens. Na Marçal havia mais crianças e nas Moreninhas mais jovens, o que fez com que tivéssemos uma interação diferente em cada local. Isso se refletiu no trabalho e o material produzido, como fotografias, obras de arte e performances, por exemplo, evidenciam os olhares dessas comunidades”, conclui.
O Projeto Remi conta com recursos do FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais), da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), promovido pela Prefeitura de Campo Grande.
No sábado (20), como forma de conclusão dessa fase do projeto, haverá um sarau nas Moreninhas. Para mais informações acompanhe o perfil no Instagram (@projetoremi).
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