Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram por unanimidade, em sessão ordinária desta quinta-feira (17), o Projeto de Lei 10.536/22, que institui em Campo Grande a data de 4 de novembro, de todo ano, como o Dia Municipal da Favela.
A proposta foi apresentada pela Central Única das Favelas de MS (Cufa MS) ao vereador Ademir Santana, que encaminhou à Casa de Leis.
A coordenadora da Cufa MS, Lívia Lopes, explica que o projeto é iniciativa da Cufa Nacional. “Estamos muito felizes porque vários outros estados e municípios já aprovaram, há algum tempo, essa data e faltava Campo Grande. Ter um dia voltado para a favela é uma forma de propiciar a celebração da vida nessas comunidades, e também para que o Poder Público volte suas atenções para esses locais e lhe destinem políticas públicas adequadas”.
No material apresentado ao legislativo municipal, a Cufa MS destaca a existência de 33 favelas em Campo Grande e o trabalho realizado pela Central em quase todas elas com a distribuição de alimentos, roupas, calçados, gás de cozinha, leite, materiais de construção, itens de higiene, bem como aulas de arte para crianças, livros, oficinas, dentre outros benefícios oferecidos pela organização.
Durante a sessão, a coordenadora da Cufa Campo Grande, Letícia Polidorio, reforçou a importância da visibilidade a todas às famílias que moram nas favelas.
“Os dois últimos anos, com a pandemia, foram muito difíceis para as famílias que residem nas favelas, porque antes da covid-19 já tínhamos situações de vulnerabilidade e elas foram agravadas com a crise sanitária. Fizemos um levantamento que evidencia, por exemplo, a crise da segurança alimentar com a ausência de alimentos básicos na mesa de uma expressiva quantidade de pessoas atendidas por nós. Por isso, a aprovação desse dia hoje nos dá alegria e esperança”, afirma.
Conforme as lideranças, o objetivo, a partir de agora, é realizar um trabalho ainda mais comprometido com a população das favelas.
A Cufa Campo Grande atende hoje, 33 favelas, comunidades e aldeias distribuídas em quase todas as regiões de Campo Grande, como: Anhanduzinho, Prosa, Segredo, Lagoa, Bandeira e Imbirussu.
No enfrentamento à insegurança alimentar, a Central distribuiu 46 toneladas de alimentos em 2021.
O levantamento mostra que, aproximadamente, 30 mil pessoas já foram atendidas pela Central desde 2019 e, desta quantidade, a população negra - incluindo pretos e pardos - representa mais de 70% dos assistidos.
Os dados apontam para o atendimento, também, de 650 indígenas.
댓글