Dom Salvador compartilha o single "Não Podemos o Amor Parar"
- eusoums
- 6 de mai.
- 2 min de leitura
O selo Jazz Is Dead continua sua missão de homenagear lendas da música com Dom Salvador JID024, um álbum que revisita e revitaliza o espírito pioneiro de um dos músicos mais influentes do Brasil. Dom Salvador, o visionário que fundiu samba com jazz, funk e soul no fim dos anos 1960 e início dos 70, é pedra fundamental de um movimento que moldou o som da música negra brasileira. Agora, em colaboração com Adrian Younge e Ali Shaheed Muhammad, ele retorna a essas raízes de maneira inteiramente nova.

Hoje ele lança a faixa "Não Podemos o Amor Parar", que se destaca como um hino poderoso de resiliência, mesclando samba-funk, soul e jazz em um chamado comovente por amor e resistência. Com o inconfundível piano de Salvador no centro, a música honra seu legado enquanto empurra o som para novos horizontes — provando que a música ainda é uma força de transformação.
“Não Podemos o Amor Parar representa como o poder da música pode ser usado como uma linguagem universal para espalhar amor pelo mundo.” — Adrian Younge
Com versos que declaram “Tem um tempo pra sentir, tem um tempo pra tocar, tem um tempo pra lutar, não podemos o amor parar”, Adrian Younge compôs a faixa inspirado no papel de Dom Salvador como artista que transformou a música em ferramenta de mudança social — e na luta contínua do povo negro brasileiro. A canção encapsula um espírito de resiliência, reforçando a mensagem de que amor e resistência não podem ser interrompidos. O piano característico de Salvador pulsa como o coração da faixa, seu toque uma lembrança viva de sua imensurável contribuição à música brasileira.
A influência de Dom Salvador na música brasileira é incalculável. Como arquiteto do álbum revolucionário Som, Sangue e Raça (1971) e líder do grupo Abolição, ele abriu espaço para a consciência negra na música brasileira, fundindo jazz e funk norte-americanos com ritmos afro-brasileiros. Seu trabalho pavimentou o caminho para o surgimento de bandas como a Black Rio, aproximando ainda mais os sons da negritude brasileira à experiência musical afro-americana.
Cada faixa de JID024 representa uma faceta da trajetória de Salvador — dos grooves profundos do samba-funk a composições mais reflexivas, impregnadas de jazz. Embora Salvador permaneça uma figura de humildade, sua presença neste disco é um testemunho de seu legado duradouro. Como afirma Younge: “Trata-se de lançar as bases, de contar uma história que lembra às pessoas o quão importante Dom Salvador é.”
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