Se você já teve um filhote de cachorro sabe: a primeira fuga do canino é assustadora e desesperadora. Por mais que você cuide, de carinho e sempre fique em alerta, a sombra de que ele pode sair correndo pela rua e algo ruim possa acontecer sempre paira na sua imaginação e quando isso se concretiza, é horrível.
Luke já conseguiu empreender fuga mais de 5 vezes. A primeira ele tinha quatro meses, eu estava no escritório da empresa V trabalhando quando minha mãe manda mensagem "Luke Fugiu, tio Pedro o pegou". Meu coração foi a mil e minha mente já imaginou que o vizinho tinha pegado o Luke com o carro.
Aparentemente, minha mente é bem mais dramática do que a realidade, o acontecido foi: o portão se abriu sozinho, Luke saiu para dar uma voltinha (sem plaquinha de identificação) e foi até a terceira casa. O dono da residência o identificou o meliante e o trouxe para casa.
A segunda fuga foi a que mais me desesperou. Eu moro em uma esquina com a rua mais movimentada do bairro e por um deslize na hora de receber visitas, o Luke fugiu com um brinquedo na boca. Ele foi subindo a rua na contramão, desenfreado como se nunca tivesse passeado na vida.
Por muita sorte ele entrou em uma rua mais tranquila. Saímos cinco pessoas atrás dele, incluindo minha mãe no carro, pois o Zé gasolina adora andar em veículos. Gritei para minha irmã se jogar no chão e fingir de morta. Mas nada parava o cachorro.
Ele já estava correndo para outra via movimentada quando um carro segurou o trânsito pra gente. Eu então deitei no chão e fechei os olhos. Senti um fuço vir me cheirar e agarrei a pata. E parafraseio o ditado aqui: A curiosidade capturou o Luke.
Neste ponto do texto você deve estar me achando muito relapsa, mas leve em consideração que a mente do Luke é bem elevada em relação aos outros cachorros. E o portão também não ajudava. A terceira fuga que lembro foi uma em que o adestrador tinha acabado de sair e o portão não tinha fechado direito.
Recebi uma ligação da minha mãe desesperada explicando a história: ele fugiu novamente para a rua movimentada, minha mãe chamava e nada de ele aparecer. Até que a funcionária de um vizinho grita "Moça, Corre, tão colocando o cachorro em um carro!" e adivinha quem era o cachorro?
Sim, no auge dos seus um ano e poucos meses, lá estava Luke no colo de uma senhora de calças brancas decoradas com patinhas de barro. Minha mãe explicou a situação e os salvadores do Luke falaram que o capturaram porque ele estava correndo como um louco entre os carros.
Depois deste dia trocamos uma peça do portão e agora ele não foge mais. Pelo Portão pequeno...
Temos outras histórias de passeios em praças, crianças ajudando e de passeios sozinhos pela vizinhança (logicamente não autorizados), mas este é assunto para outro texto.
O importante é que hoje o Luke entende que é errado sair correndo quando o portão abre e que se caso isso acontecer, se ele for chamado ele tem que voltar. Graças a Deus, ao tempo, ao adestramento e aos surtos das fugas anteriores.
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