Quem fugiu uma vez, foge duas, foge três... sempre foge. Luke ao longo destes cinco anos de vida já fugiu tantas vezes que tive que dividir o texto das fugas em duas partes.
Aquelas quatro patinhas são extremamente rápidas e desobedientes e eu sou extremamente teimosa. O ano era 2017 e eu tinha recém entrado no grupo de Border Collies que existe no Whatsapp.
Naquela época o grupo se reunia com frequência em parques e soltava os cachorros para brincar, eu fui na primeira vez e o mantive na guia e assim o mantive por mais algumas vezes, até que eu resolvi dar um voto de confiança no canino.
Soltei o bichano, mas deixei a guia ainda na coleira dele. Este dia ele foi obediente e amigável, um verdadeiro Lorde. Mas, nada disso passava de um plano para conquistar minha confiança.
No passeio posterior a esse, eu o deixei até sem guia, ele estava encantado com a Zara (tudo bem, todos somos encantados por essa cadela mesmo), e a perseguia pra lá e pra cá, até que em um momento ele resolveu ir além dos limites.
Os donos foram chamando e os cachorros vindo e eu chamando e Luke rindo da minha cara. Eu comecei a fazer o que qualquer pessoa desesperada faria: correr atrás dele, pois era uma praça sem grades e ele ia acabar escapando.
Eu não sei correr, mas eu sempre tenho sorte quando o Luke escapa. Sentado em um banco estava um cara que eu nunca tinha visto na vida e era ele a última esperança de capturar o Luke, pois já estávamos perto do asfalto. Gritei pro cara "Segura o cachorro! Ele é manso!" ( Não, ele nem sempre é).
Como a curiosidade do Luke sempre faz ele parar e cheirar qualquer coisa que pareça interessante, o homem só precisou estender a mão para ele ir todo feliz cheirar. E foi assim que recuperei mais uma vez o cachorro.
Mas, engana-se quem acredita que essa foi a última fuga do canino. Em outro passeio, desta vez em um campo fechado, eu com meu auge de neurônios dormindo, entrei no campo de futebol e soltei a guia, dois segundos depois lembrei que não tinha fechado o portão.
Resultado? Ele saiu correndo pelo bairro (que não era o nosso), encontrei uma moça e pedi para ela pisar na guia dele, ela ficou com medo e... Não pisou. Sai correndo pois como sempre ele estava em uma rua movimentada.
Até então que depois de correr por duas quadras, duas crianças de bicicleta apareceram na jogada e eu só gritei: Segura! O maior entendeu o que estava acontecendo e só estalou os dedos e o zé curioso resolveu fazer uma pesquisa detalhada sobre quem era aquele adolescente.
E dividirei o texto mais uma vez, pois aparentemente, meu coração e minhas pernas sofreram muito correndo atrás dele e relembrando estes momentos.
Graças a Deus hoje se ele foge e eu o chamo ele vem. Sem pernas e joelhos para essas fugas.
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