O Museu da Imagem e do Som (MIS-MS), unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, abre suas portas para a 14ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, em parceria com a Mostra de Arte Digital (MADi), que reúne 15 artistas e dois coletivos. A curadoria e coordenação da mostra ficam por conta de Venise Paschoal de Melo, enquanto Julian Vargas Cubillos assina a montagem e o projeto expográfico.
A MADi – Mostra de Arte Digital, que desde 2018 busca incentivar a produção artística nas tecnologias eletrônicas e digitais, traz nesta edição uma proposta de diálogo com o cinema, estabelecendo pontes com a temática da 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos. O evento inclui artistas pesquisadores do Grupo de Pesquisa Arte, Tecnologia e Sociedade (CNPq/UFMS) e alunos do Curso de Artes Visuais Bacharelado da UFMS, ampliando o espaço para o conhecimento acadêmico e a produção local.
Artistas e Coletivos em Destaque
Entre os participantes, destacam-se nomes como Ágatha Scaff, Ana Julia da Silva Oliveira, Chrstopher Santos Ferreira, Kelle Almeida, Letícia Maidana, Mayara Rocha, Rafaela Lazzari, Venise Melo, e o Coletivo de Mulheres, entre outros. As obras exploram a relação da arte digital com questões sociais e culturais, refletindo sobre a mediação social e a realidade urbana.
Exposição e Obras
As obras expostas na mostra incluem fotoperformance, glitch arte, realidade aumentada, videoperformances e instalações conceituais. Cada uma delas busca provocar reflexões sobre a arte como meio de resistência, destacando a ocupação urbana, as violências sociais e as lutas femininas. Algumas das obras são coladas diretamente nas paredes, em formato ambe-lambes, representando protestos e denúncias urbanas. Já as videoperformances exploram o potencial da imagem-luz-movimento para interagir com os corpos, criando uma experiência imersiva e virtual.
A instalação conceitual com bonecas Marias, por exemplo, dá voz a um coletivo de mulheres, representando suas histórias difíceis e poderosas. As obras buscam discutir as opressões e as violências impostas pela sociedade patriarcal, colonial e capitalista.
Curadoria e Poéticas Visuais
A curadora Venise Melo explica que a mediação proposta nas obras segue o conceito de Raymond Williams (1979), que a define como um fenômeno dialógico entre a sociedade e seus sujeitos. Para Melo, a arte é tanto produto quanto produtora da realidade social, com os artistas atuando como sujeitos-agentes, que interferem diretamente no tecido social.
O objetivo da mostra é dar voz às vivências cotidianas, unindo a arte à vida, e destacar a importância das narrativaspessoais e coletivas. As obras expostas fazem da tecnologia uma ferramenta para fortalecer a subjetividade e desafiar as opressões sociais.
Serviço
A exposição está em cartaz até sexta-feira (29), no Museu da Imagem e do Som (MIS-MS), localizado no Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho, na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, Centro. A visitação pode ser feita até as 21h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 3316-9178.
Texto base: Karina Lima – Comunicação Setesc
Fotos: Ricardo Gomes
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