Lívia é uma das crianças mais lindas que já vi na vida e não é porque é minha filha que falo isso. Aqueles olhos azuis dela chamam a atenção das pessoas em qualquer lugar que ela esteja. E ela já se acostumou com isso: a ouvir que é linda.
Mas, de uns tempos para cá, tenho pensando muito em quanto esse adjetivo pode pesar na vida dela.
Primeiro porque beleza é algo subjetivo. Como minha mãe sempre diz, o que é bonito para um pode não ser para o outro. Segundo porque eu não quero que ela seja conhecida só por ser bonita.
Isso é um dos grandes desafios da maternidade: fazer com que os nossos filhos aprendam a confiar em si mesmo. Que eles acreditem no seu potencial e na sua capacidade.
Aí esbarro em um dos meus maiores problemas, a minha falta de autoconfiança. Para ensinar a Lívia preciso, primeiro, acreditar nisso que quero ensinar. Acreditar que somos capazes e que devemos lutar pelo que queremos.
Para ensinar a Lívia a ser confiante preciso, inicialmente, ser confiante. Afinal, crianças aprendem mais pelo exemplo do que pelas palavras. E tenho tentado mudar isso a cada dia, acreditando que posso, acreditando que consigo e que sou capaz.
Mostrando para a minha filha que ela pode ser o que quiser, que ela tem capacidade para encarar o que achar necessário e que isso não é pelo fato dela ser bonita, mas, sim, porque ela é capaz.
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