Nosso último encontro, sim encontro! Considero meus textos e suas leituras encontros, mesmo que na maioria das vezes não tenho respostas imediata. Tudo bem, não guardo mágoas. (Risos)
Continuando... Em nosso último encontro falei sobre o tão estimado abraço. Alguns concordaram, outros nem tanto. Mas conforme eu disse, sou do time dele, então sempre o defenderei. Vou falar algo bem pessoal agora, que talvez alguns de vocês já passaram, outros ainda vão passar, porquê isso é inevitável na vida.
Semana passada eu perdi uma pessoa querida. E, não a perdi no supermercado ou em alguma loja de departamento em um que teria a opção de anunciar o nome: fulano, seu conhecido te espera na recepção. Eu a perdi para a morte. (Um suspiro bem longo aqui).
Pois é... Eu perdi uma tia para o Covid-19. O protocolo de enterro de pessoas mortas pelo vírus é extremamente rigoroso. Não existe a possibilidade de ter uma “despedida”. Mesmo eu acreditando que não exista momento certo para despedida. O que quero dizer é que não dão opção de ter o tradicional velório, onde os familiares e amigos costumam ver a pessoa pela última vez, seguram a mão pela última vez, conversam pela última vez na ilusão que a pessoa escute. É triste a imagem, mas ao mesmo tempo reconfortante para quem está passando.
Não tivemos essa opção. Lembra que eu disse que o abraço havia virado luxo? Pois é, meus queridos! Nunca tive uma confirmação tão rápida e tão real. Eu senti na pele, senti o quanto a falta de um abraço faz falta. Senti quando não pude dar um abraço apertado no meu tio que agora é viúvo, nas minhas primas que perderam a mãe. Até mesmo entre os familiares. Lembra que disse que o abraço era um gesto que confortava? Então...
Eu não sei quando as coisas vão voltar ao “normal”, até porquê o conceito de normalidade está meio confuso no momento. O que eu sei é que muitas pessoas acreditam que esse vírus é apenas número. É brincadeira. É apenas uma gripezinha ou exagero da mídia.
Ok... Ok... Digamos que é apenas números. Tudo bem!
Semana passada, meu número teve nome, sobrenome, uma história de vida de superação, foi uma mãe incrível, uma avó maravilhosa. Era conhecida pelo seu jeito meigo, conversador, perfeccionista porque não tinha quem fizesse costura melhor que ela. Semana passada meu número virou lágrima. Aperto no peito. E deixou uma saudade enorme. Assim como milhares de famílias que perderam pessoas queridas para o vírus.
Gente, não é apenas uma gripezinha. Cuide de quem você ama. Cuide de você. A coluna chama Cores da Vida. Hoje, infelizmente ela está preta e branca. Espero semana que vem, espero trazer um texto cheio cores e vida para vocês. Enquanto isso:
Se puder, fique em casa.
Use máscara.
Lave bem as mãos.
Use álcool em gel.
E abrace quem está com você. Diga eu te amo mais vezes. Ame. Se cuide.
E um abraço bem apertado virtualmente, até semana que vem!
Obs: escrevi esse texto ao som de Chasing Cars - Snow Patrol. Só contei por curiosidade, adoro escrever ao som de música e sempre que estou triste, ouço essa música sem parar. É linda, vale conferir, fica a dica! ;)
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