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Humberto Espíndola, um dos maiores artistas de Mato Grosso do Sul, completa 80 anos

A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul presta homenagem ao renomado artista Humberto Espíndola neste dia 04 de abril completa 80 anos de vida. O escritor e artista visual foi o primeiro secretário de Estado de Cultura de MS de 1987 a 1990 e organizou, com Aline Figueiredo, a Primeira Exposição dos Artistas Mato-Grossenses, em Campo Grande, onde fundaram, em 1967, a Associação Mato-Grossense de Arte.



Artista visual, começou a pintar em 1964. Desenvolvendo o tema Bovinocultura desde 1967, conquista uma posição histórica no capítulo da descentralização da arte brasileira e tem seu trabalho registrado em bibliografias de referência e livros de arte contemporânea.

Suas obras integram acervos de museus e coleções no Brasil e no exterior. Foi gestor artístico do Museu de Arte Contemporânea de MS de 2002 a 2005 e coordenador de Artes Plásticas do 1º, 2º e 3º Festival América do Sul, em Corumbá/MS.


Visto como uma abordagem crítica à nobreza da pecuária e seu feudo nos anos de 1960/70, a bovinocultura do artista ganhou o mundo e deu vazão às artes de Mato Grosso uno, em um tempo de isolamento do oeste brasileiro, expondo nas bienais internacionais de Paris, Veneza, Medellin, Havana, São Paulo.


BovinoculturaVI

Jornalista, entre um querer pela arquitetura e o desejo do pai de se tornar advogado, o artista começou a pintar desde os 13 anos, já morando em São Paulo com os avós, desiludiu-se momentaneamente pelas artes e retomou a paixão pela pintura aos 20 anos ao conhecer Aline Figueiredo, pantaneira guerreira e de talento reconhecido. “Eu desenhava desde garoto, até com uma mangueira, quando lavava a calçada de casa, criando figuras no muro. Depois, já adolescente, cheguei a escrever poesias motivado por algumas paixões malucas”, disse numa Roda de Conversa durante o Festival Campão Cultural, em outubro do ano passado.


“Hoje somos chamados de mega-oeste, vi isso na internet. O futuro é aqui, o início do Brasil novo. Campo Grande é uma cidade ansiosa de ser grande e nós campo-grandenses temos muito disso. Foi uma cidade papelão, lá atrás, agora se recupera, tanto cultural, como social, e o momento principal está chegando”.


“Eu vi Campo Grande crescer, vivi toda essa transformação. […] Eu nasci aqui, saí e voltei e resolvi ficar, poderia ter saído pelo mundo, Nova York, Paris. Minha mãe foi um paraquedas para puxar tantos artistas para essa terra. E estou feliz por estar aqui e ter uma história para contar”.


O sopro

Para o diretor-presidente da Fundação de Cultura de MS, Max Freitas, Humberto Espíndola é um dos maiores artistas do nosso Estado. “Suas obras nos fazem refletir sobre diversas relações que temos com a terra, a vida e o boi, seu maior objeto de trabalho ao longo de todos esses anos. É muito gratificante viver na mesma época que este grande artista e ele merece todas as honras em vida.”


Membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (cadeira 38), Humberto Espindola ainda está na ativa – “a pintura é minha meditação, vida, fico em outro plano” – e finaliza um terceiro livro, “Digressões”, de contos biográficos e memórias dos anos 40-60 vividas em Campo Grande, São Paulo, Cuiabá e Curitiba, onde se formou em jornalismo. “São minhas histórias, da família, dos irmãos, casos de casa. Não sei até onde tem verdades e mentiras”, ironiza.


O secretário de Estado de Turismo, Esporte Cultura e Cidadania, Marcelo Miranda fala da grandiosidade do artista. “O Humberto é o escritor e artista visual que começou a projetar o nome e o universo da arte do Mato Grosso do Sul no Brasil e no mundo. Ele tem o dom de contar a história do Estado através de suas obras, que partem do tema do boi, visto como símbolo da riqueza. Retratando o poder, uma vez que a bovinocultura é tão presente aqui. O seu legado nestes 80 anos vai muito além das suas telas e livros, passam pela sua leitura da sociedade, pelas suas vivencias diárias. E eu sou imensamente grato por estar secretário dessa pasta tão ampla e proporcionar para a sociedade uma mostra das obras desse grande artista”.


Exposição


Em comemoração aos 80 anos de vida de Humberto Espíndola, em homenagem à sua trajetória como artista sul-mato-grossense, o Museu da Imagem e do Som de MS, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, realiza uma exposição com as obras de Humberto que fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea (MARCO). Também farão parte da exposição exibições em vídeo contando um pouco da história do artista.


A exposição será aberta ao público no dia 14 de abril de 2023, no MIS, que fica no 3º andar do Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho: Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559. Entrada franca!


Texto: Silvio Andrade e Karina Lima / FCMS

Foto em destaque: Altair Santos / Divulgação



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