Sumi, eu sei. Mas já vim para explicar o que aconteceu.
Segunda-feira, dia 30, recebemos um positivo que não estávamos esperando, mas que, por algum motivo, sabíamos que chegaria. E não estou falando do positivo de gravidez porque, por enquanto, essa é uma possibilidade bem distante nossa.
O positivo da covid chegou. Meu marido recebeu o diagnóstico e, então, começou o nosso isolamento e, junto com ele, toda a preocupação que essa doença traz. Quando contamos para a Lívia que o pai estava com a doença e, por isso, ficaria de máscara em casa, ela chorou. Dava para ver nos olhinhos dela o medo tomando conta daquela cabecinha, mas explicamos que daria tudo certo e que o papai ficaria bem.
Trocamos toda a nossa rotina de casa, Paulo tentou se isolar dela e ela, toda noite, antes de dormir fazia a sua oração “Papai do Céu, cura meu pai que tá doente com o coronavírus e não deixa eu ficar doente. Protege a minha mamãe também.” Antes de dormir, ficava esperando Deus respondê-la. Alguns dias ela disse que Ele respondeu (e eu não duvido).
Os dias foram passando. Eu tive sintomas e fiz o teste, mas meu resultado deu negativo. Difícil entender sendo que o Paulo não fez nenhum tipo de isolamento dentro de casa, apenas usou máscara por dois dias na presença da Lívia.
Mais difícil ainda é entender esse vírus. Temos vivido dias de aflição, vendo hospitais lotados em nossa cidade, pessoas próximas sendo internadas e conhecidos aguardando uma vaga na UTI porque, simplesmente, todos os leitos estão lotados. Acredito que tivemos sorte por não termos nada grave, pelo fato do Paulo ter tido sintomas leves e por ninguém mais ter se contaminado. Mas é difícil comemorar vendo tantas outras pessoas sofrendo, perdendo suas vidas, perdendo amigos e familiares. Vendo o desespero e aflição de tantas famílias.
Uma doença que não segue um padrão, que as pessoas a desafiam como se não fosse nada e que muitos inocentes acabam “pagando o pato” pelo erro dos outros.
Por aqui, seguimos com os cuidados. Afinal, eu posso vir a pegar a doença. Seguimos com os cuidados em respeito a tantas outras pessoas e aos nossos familiares que estão no grupo de risco. Seguimos nos cuidados, fazendo a nossa parte, para que isso acabe logo.
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