Show “Africanidades” acontece neste sábado no Teatro Aracy Balabanian
- eusoums
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Banda BatuqueCanta, do Instituto Livres, faz apresentação gratuita com o lançamento do projeto Som do Afoxé
Os tambores vão soar novamente. No sábado (25), às 19h, o Teatro Aracy Balabanian será tomado pela energia da percussão, da poesia e da resistência afro-brasileira com o espetáculo “Africanidades – 2ª edição”, da Banda BatuqueCanta, que marca também o lançamento do Projeto Som do Afoxé 2025. Mais do que um show, é um chamado ancestral — uma celebração da força, da fé e da beleza negra que pulsa em nosso Estado.

Depois de emocionar o público, em maio deste ano, a Banda BatuqueCanta retorna ao palco com um novo repertório, mais potente e simbólico. Formada por alunos e professores do Instituto Projeto Livres, a Banda transforma o que seria lixo seco em instrumentos musicais — latas, baldes e tambores viram extensão do corpo e da alma — fazendo vibrar a sonoridade da cultura afro-brasileira com um toque de inovação e consciência ambiental.
Para a idealizadora, coordenadora geral e vocalista da banda, Professora Rô, essa nova fase é um grito de esperança e continuidade. “Representa a importância de fazermos uma revolução cultural, uma evolução na cultura do Batuque. É esperançar o protagonismo do samba raiz, dar voz aos cantos que contam as histórias reais vividas pelos nossos antepassados. Mostrar que o novo e o velho se misturam e se fundem numa revolução que vai além das canções — é ancestral”, afirma.
A primeira edição do espetáculo foi um marco para o grupo. “No imaginário das crianças e adolescentes, foi fantástico guardar a lembrança de estar no mesmo palco do grupo Olodum. Mostrar o talento desses jovens: o swing do samba, a levada do ijexá, a cadência do tambor. Tudo isso desperta o encanto e a esperança de que tudo é possível se acreditarmos”, relembra Rô, emocionada.
Nesta segunda edição, o público poderá se encantar com músicas autorais e homenagens a grandes nomes da música negra, como Dona Ivone Lara, Leci Brandão e Lazzo Matumbi, interpretadas pela cantora Kelly Lopes, além das participações especiais da poeta Eva Vilma, Preta Princesa e Priscila Pindorama, que trazem a força da palavra, do corpo e do ritmo como expressões de resistência.
“Há uma voz que fala, a palavra e a batida. Elas geram em nós a certeza do quão somos singulares numa cultura tão plural. Unir nos fortalece e completa a obra, porque resistimos como num encantamento que ecoa desde os nossos antepassados”, diz a professora.
O evento também celebra o lançamento do Projeto Som do Afoxé 2025, que oferecerá oficinas gratuitas de percussão sustentável para crianças e jovens da periferia de Campo Grande. A iniciativa é uma realização do Centro Cultural Instituto Projeto Livres e conta com investimento da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc), do Governo Federal, através do MinC (Ministério da Cultura), operacionalizado pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Fundac (Fundação Municipal de Cultura).
Para Thathy D’Meo, produtora cultural do projeto, o momento marca um novo ciclo de reconhecimento e profissionalização do grupo. “A Banda BatuqueCanta nasceu em uma instituição social, mas hoje já tem potência profissional. Mesmo formada por adolescentes e crianças é um trabalho de excelência, que precisa ser reconhecido e valorizado. Nossa meta é garantir qualidade técnica, estrutura e sustentabilidade para que a banda continue crescendo e levando arte a quem mais precisa”, ressalta.
Com entrada gratuita, o Africanidades convida o público a sentir, vibrar e acreditar na força da cultura afro-brasileira. “Há um pouco de África em cada um de nós”, diz a professora Rô. “É impossível não sentir o clamor dos ancestrais quando o som dos tambores ecoa. Esse som de Afoxé exige reparação, respeito e amor. É tempo de semear a paz”, completa.
Serviço
Show “Africanidades” – 2ª Edição
25 de outubro de 2025 (sábado), 19h
Teatro Aracy Balabanian – Rua 26 de Agosto, 453 – Centro, Campo Grande (MS)
Entrada gratuita
Foto: Catia Santos
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