Foram dois anos fugindo do vírus. Era como se estivesse em uma bolha. Na verdade, minha mãe queria me colocar em uma. Ela vem tentando me colocar desde 2010 quando descobri o lúpus. Aliás, se você não conhece sobre a doença, te convido a clicar aqui para saber mais.
Sabe quando o amiguinho pega catapora na escola e você sabe que pode ser o próximo? Era essa a sensação. Não, não estou comprando a doença, jamais. Estou me expressando de forma metafórica.
Era como se não desse para fugir, como se uma hora ele fosse me pegar. E veio. O tão temido positivo. O mais temido de todos os tempos, na verdade. O reagente de algo inesperado e indesejado.
Quando você fica cara a cara com o vírus é cruel. Todas as notícias vêm à sua mente. Você tenta lembrar quando descuidou. Quando pegou em algo e não passou álcool. Quando não usou a máscara corretamente. Quando foi onde não deveria. Fica o tão inquieto: onde foi que eu errei?
Eu, particularmente, o temia porque sou do grupo de risco e sabia o quanto ele poderia fazer estrago em meu corpo. Não foi diferente.
Igual aos filmes que tentaram imitar a realidade. Em fração de segundos estava sendo atendida, tendo minha roupa trocada, minhas coisas lacradas e tentando dar o último telefonema.
Meu coração é teimoso, deve ser por isso que ele, contrariando as estatísticas, ficou fraco ao invés do meu pulmão. Graças a Deus, meus danos pulmonar foram mínimos. Mas, tive uma miocardite (inflamação do miocárdio).
Meus batimentos chegaram a 30 por minuto. Eu não conseguia respirar pelo esforço que ele estava fazendo para bater. Cansei. Fiquei no CTI - Centro de Tratamento Intensivo, onde recebi cuidados de pessoas muito gentis.
Enfim, sei que as três doses da vacina me ajudaram muito. Minha própria cardiologista disse, afinal, se com três doses eu fiquei da forma como fiquei, imagina sem? Por isso é tão importante e necessário todos se vacinarem e tomarem a dose de reforço.
Em relação ao Covid, não sei exatamente onde e nem quando peguei. Mas deu medo, bateu culpa e todos os sentimentos de impotência (junto com os sintomas que não foram poucos). Mas ao mesmo tempo, tive muita sorte. Sorte ter uma rede de apoio muito boa e eficaz. Sorte em ter tomado as doses da vacina. Sorte porque, por mais que tiveram dias que não conseguia me mexer com dor no corpo, minha respiração estava ótima. Sorte por ter esbarrado com pessoas pacientes e dedicadas que fizeram os dias no hospital mais leves. Sorte por ter uma família e amigos que mandaram energia e orações pra mim. Sorte por estar viva depois do susto.
O vírus é atroz, maltrata não somente quem é infectado, mas todos ao redor. Então, encerro esse texto pedindo a todos: tomem vacina, usem máscara e álcool em gel. Se cuidem!
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