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Das ruas para os palcos

Você já ouviu falar do General R3? Aquele Negão que sempre com um sorriso no rosto reverbera poesia, sim como ele sempre mesmo diz “vamos protestar o amor”. Só que quem o vê assim, de sorriso fácil e sempre disposto a dar um abraço não imagina o quanto sofreu nas ruas, sim o General, ou melhor o Rodrigo viveu parte da sua vida como costumam dizer por aí em situação de risco, procurando um lugar pra se proteger da chuva, frio e até das agressões que acontecem e muitos acreditam não existir! A rua foi uma de suas escolas, ali aprendeu a dividir os restos de marmita, aprendeu a compartilhar o papelão nas noites de frio, reconheceu a bondade e também a maldade das pessoas de uma maneira inimaginável. Conseguiu se esquivar das drogas quando lhe era oferecido no intuito de fazer a dor ou frio passar, não precisou se envolver em furtos, porque sempre que a fome apertava existia um “anjo” que lhe ajudava com o que faltava.

E como diz o filósofo “aquilo que não me mata, me fortalece”. E assim surge o General com todo esse aprendizado e todo esse sofrimento o torna mais forte, mais humano e quem conhece o General sabe o que estou falando, e se você não conhece escute as suas músicas e vai perceber o que falo aqui, mas tire a roupa do preconceito: porque é Rap música de bandido, que fala palavrões, tire isso da sua mente e ouça com o coração, com a alma. E o resultado vem chegando aos poucos, muitos podem dizer que até em passos de formiga, mas vem chegando. Hoje o General vive em Campo Grande – MS, sim a terra do sertanejo, 90% do espaço cultural por aqui é destinado a esse estilo musical, talvez seja mais difícil conseguir um espaço no cenário do que conseguir um cobertor pra se aquecer em seus tempo de rua.

Só que o General é um lutador, e se as portas dos espaços culturais não vão se abrir pra que ele possa mostrar suas arte, as suas rimas vão entrar pelas janelas, tetos, frestas ou qualquer espaço que venha existir, porque a música boa e feita com o coração e sempre chega aos ouvidos daqueles que precisam ouvir.

E chegamos ao Som da Concha um evento realizado pelo Governo do Estado do MS, e sim esses corações dispostos a ouvir, ouviram e o reconhecimento do General chegou diante de tanta gente boa aqui do estado, entre nomes consagrados o General está ali em primeiro lugar no edital, e ainda ouço dizer que “foi sorte”...não! Não foi, isso é resultado de muito trabalho, um trabalho independente quase sem apoio nenhum, não tem gravadora, distribuidora, equipe de marketing e muitas vezes nem amigos pra dar suporte, tudo foi feito no fundo da casa do Rick, madrugadas foram atravessadas pra concluir uma canção e no outro dia estar bem disposto pra trabalhar, pois o General não vive só de música. Não consigo aqui enumerar os “nãos “ pra chegar até aqui, desde de músicos que discriminaram o estilo musical e o bares locais que ainda insistem em FECHAR as portas por não conseguir ouvir o que diz as músicas e reconhecer um trabalho autoral, o General não se esconde em “covers” ele cria sua identidade sonora. E vai ser assim no Som da Concha um show autoral, repleto da identidade do General, poderá conferir toda essência em suas letras e perceber que aquele menino que morou na rua transformou toda dor em amor



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