Ricke, um dos principais nomes da cena Pop de Mato Grosso do Sul é o convidado dessa semana do #EUsouMS Entrevista. No bate-papo que ele teve com a nossa equipe o cantor contou curiosidades da sua relação com a música, suas inspirações e até o seu feat dos sonhos! Ricke também conta os bastidores das suas produções e como é fazer música pop em nosso estado. Ah ele também conta tudo do seu novo clipe, ‘Trapaceiro’ que estreia dia 15 de abril!
Confira agora a nossa entrevista:
#EUsouMS – Primeiramente conta para a gente um pouco da sua história, quando foi o seu primeiro start para a música, quando começou a cantar e quando teve o real estalo “tá aí, é isso que quero fazer”?
Ricke – Na verdade, eu não tenho uma memória da minha vida onde a música não estivesse presente. Minha mãe conta que quando eu era pequeno me fazia dormir dançando na frente do micro system dela. Meu avô tocava viola, sanfona, teclado e ensinou meu irmão mais velho. Então, na minha família, sempre tinha música no meio. Mas eu comecei de uma forma diferente, eu gostava de dançar, e minha mãe sempre me incentivava muito. Já passei por street, axé, balé, contemporâneo, jazz e por aí vai.
Cantar nunca foi algo que fazia de forma séria. Eu amava cantar! Mas nunca me enxerguei com potencial para levar isso a algum lugar de verdade. Era sempre um karaokê com os amigos ou sozinho na frente do YouTube, com instrumentais que encontrava na internet.
Mas então veio a pandemia, a gente já não tinha muito o que fazer para passar o tempo, então o karaokê virou rotina lá em casa. Compramos caixa de som, microfone, luzes, tudo para que pudéssemos nos divertir ali em casa mesmo. E nisso, em meio todo aquele medo da pandemia, que já ia para o segundo ano, até porque ninguém sabia quando aquilo iria parar, ou quando as coisas iriam voltar ao normal, eu quis me jogar e fazer algo que sempre foi uma vontade... Música!
No início eu pensava que ia precisar de todo um aparato de gente para me ajudar, como compositores, produtores e tal, e até cheguei a procurar muita gente para me auxiliar nesse início, mas nunca era algo que saia do lugar. Foi aí que eu vi que estava perdendo tempo e parti para o papel. Fui escrevendo tudo que tinha na minha cabeça. Gravava voz no celular, gravava enquanto batucava a mesa para fazer um tipo de precursão para o que eu estava compondo e por aí foi.
Juntei uma grana e procurei um produtor aqui em CG para fazer acontecer. E foi superlegal. Foi assim que surgiu ‘General’ e ‘Mania Perigosa’, meus primeiros lançamentos.
E claro, sempre tive muito apoio dos meus amigos mais próximos que me incentivaram bastante. Foi um processo surreal, do início de tudo, até o lançamento do primeiro videoclipe. Era um medo louco de pensar que estava viajando demais fazendo aquilo, com uma mistura de “Caraca, consegui. Fiz!”.
#EUsouMS – Mato Grosso do Sul tem uma cena musical independente muito forte e as pessoas estão ouvindo cada vez mais os artistas do nosso estado. Como é para você esse crescimento?
Ricke – Eu percebi que nesse momento pós pandemia surgiram muitos artistas independentes, e que estão num movimento contrário a essa maré de sertanejo que sempre foi o forte da nossa região. Está tendo muito funk, pop e artistas queer que estão investindo muito em seus trabalhos. E o melhor, a grande parte desses artistas, assim como eu, realizaram suas produções todas no MS com o pessoal do Mato Grosso do Sul, sem precisar de mão de obra de São Paulo ou dos grandes centros que são referência desse tipo de produções.
Eu vejo nossos trabalhos/artistas aqui em Campo Grande e já enxergo muito próximo dos trabalhos de fora. Acredito que isso está chamando atenção. São trabalhos muito bem-feitos.
#EUsouMS – Você não é daqui de MS, mas optou por vir fazer sua carreira por aqui, como foi feita essa escolha? Como é sua história com o Mato Grosso do Sul?
Ricke – Eu vim para Campo Grande em 2014 para fazer faculdade. Não era o plano ficar para residir, mas acabei que construí tudo que eu tenho por aqui. Então sei lá, hoje seria estranho estar em outro lugar. Acho que tenho mais coisas para fazer aqui. E fora que eu gosto muito de Campo Grande. Aqui eu aprendi ser eu, sabe! Primeira vez longe de casa, andando com as próprias pernas. Sou grato a muita coisa que CG me proporcionou.
#EUsouMS – Quais são as suas maiores influências na música?
Ricke – Olha, eu sempre fui muito de fases. Mas tudo que tinha dança ou coreografia era o que eu curtia. Então pode imaginar que criança eu já ouvia Rouge, Broz, depois veio aquela onda internacional que me fez conhecer Britney Spears, Beyonce e Michael Jackson. Mas hoje, não tenho como não dizer que a Anitta não seria uma das minhas maiores referencias, por conta de toda história e construção por traz da carreira dela.
#EUsouMS – Existe algum artista completamente diferente do seu som que você curte?
Ricke – Tem. ‘Aurora’, ela tem um som bem vibes kkk. Muito diferente das outras coisas que escuto geralmente.
#EUsouMS – Um dos seus diferenciais é a dança, como faz para conciliar a voz e o corpo?
Ricke – Olha, eu já fui muito mais focado e cuidadoso com isso antes. Fiquei muito tempo relaxado, sem dar atenção para isso, e no palco eu já sinto muito a falta desse preparo.
Mas já estou de volta, me cuidando, fazendo academia, estudando respiração, ensaiando em casa.
#EUsouMS – Seu novo clipe vem aí no dia 15 de abril, conta para a gente um pouco como foi a inspiração e a produção dele?
Ricke – ‘Trapaceiro’ é uma música que escrevi lá em 2021, ela já estava pronta a algum tempo, mas nunca encontrei um timming bom para lançar ela. Como artista independente, e virginiano que sou kkk, se eu não tiver como lançar um material legal, tudo certinho, com uma qualidade bacana, eu prefiro nem lançar. Tem gente que lança por lançar, eu não gosto. Eu gosto de ter algo bacana para mostrar. E nesse meio tempo, eu mostrei a música para um amigo, também artista independente lá de SP, Mc Ruam, e ele super curtiu e pediu para fazer parte do projeto. Foi superlegal.
Convidei o diretor Gabriel Benites, também aqui do MS, para encabeçar esse projeto comigo e ele super topou. Pensamos em fazer algo com uma estética mais street com umas referencias de coringa, nas cores, coreografia e umas cenas de estúdio com fundo branco, para contrastar.
O fato de ser artista independente também traz muita limitação quando a gente para pensar no processo criativo. As ideias são várias, mas como sai tudo do próprio bolso, não dá para ir muito longe. Não tem ninguém por traz, ou patrocínio. A gente vai até onde o pé alcança. De todo o processo, o mais complicado de tudo era a logística, pois o Mc Ruam e de SP e o Gabriel viaja bastante para fazer alguns jobs para fora. Mas deu tudo certo no final.
#EUsouMS – Uma das ações que mais cresceram ultimamente foram os feats entre artistas, o Jão acabou de lançar um clipe com a Anitta, qual seria seu “feat dos sonhos”?
Ricke – Aqui eu não tenho como deixar de citar Anitta também. Essa mulher faz carreiras kkk. Não só por isso, mas por identidade musical. Acho que seria incrível. Pedro Sampaio e Luiza Sonza também seria um sonho.
#EUsouMS – Já vimos você em diversos eventos aqui em MS, como por exemplo o projeto “Clã do pop”, como foi essa parceria?
Ricke – Nossa, esse e um projeto muito legal, idealizado por uma artista incrível aqui de CG também, a Danny Cristine. Ela convida alguns artistas da cena pop de Campo Grande para fazer um pocket show em conjunto. Foi muito divertido, a gente canta junto, se diverte e ainda prestigia os amigos enquanto estão no palco. Eu acho superlegal e importante existir essa rede de apoio entre os artistas locais. Por mais que não seja todo mundo que pense assim, existe espaço para todo mundo na cena local.
#EUsouMS – Como foi a experiência de abrir o show da Ludmilla no Campão Cultural?
Ricke – Eu jamais sonhei que esse momento chegaria tão rápido na minha carreira. Fui convidado para fazer parte de um projeto chamado Coletivo Close, um grupo de 4 cantores de CG (Ricke, Danny Cristine, Júlio Ruschel e Miss Violência) e bailarinos incríveis. Nós entramos no palco para abrir o show da Ludmilla. Foi Surreal! A estrutura do palco, a plateia, a energia... Nossa, um dos melhores momentos da minha vida sem dúvida. Estar a 2 camarins de distância do dela... Ai, não sei nem explicar. Sei que só me fez querer mais que nunca continuar a fazer música para que um dia talvez possa ser eu lá, inspirando novos artistas, assim como foi para mim.
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